sexta-feira, 8 de julho de 2011

hoje sei

e hoje sei que não foi falta de ‘gosto’, falta de sentimento. hoje sei que desististe porque não conseguias, era demasiado para ti. era demasiado para ti, porque te roía por dentro não me poderes ter ao teu lado a toda a hora, todos os dias. porque tu não sabias lidar com essa distância, essa ausência. era difícil e tu não sabes lidar com o difícil. então desististe. mas não da melhor maneira. esqueceste-te que éramos dois. um dia voltaste, talvez arrependido pelo medo do difícil ter tomado conta de ti ou talvez num momento de fraqueza, de saudade. voltaste para mim, mas eu não te consegui abrir a porta. deixei-te lá fora. mas não desististe, ficaste à porta, dias, semanas, meses. um dia ganhei coragem e olhei pela janela, mas não te vi. já não estavas à minha porta. pensei: “seguimos os dois, cada um no seu caminho" . mas um dia chamei por ti, na ilusão de que me ouvirias ao longe e abri a porta. e tu ouviste e de repente estavas ali, à minha frente. ouviste mas não ao longe, porque nunca te foste embora. estiveste o tempo todo á minha porta. só te sentaste na escada à espera do dia em que eu estivesse pronta para te abrir a porta. por isso não te vi. não porque te foste embora mas porque te sentaste para ficar.


já viste as voltas que demos? não te perdi, não me perdeste. crescemos mas temo-nos um ao outro de uma maneira que só nós os dois entendemos.
carolina

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