terça-feira, 13 de setembro de 2011

ela e ele

- desculpa. disse ele.
- desculpa porquê?
- tu sabes porquê.
- não peças. e tentou esboçar um sorriso, mesmo sabendo que não o conseguia enganar; ele conhecia-a bem demais.
- desculpa.
era a oportunidade dela, ela sabia. falar o que tinha de falar, perguntar o que tinha de perguntar, saber o que tinha de saber. 
- é igual? é igual o que sentes quando ela te toca, quando te mexe no cabelo? é igual quando ela agarra a tua mão? quando ela se ri para ti? quando ela te olha nos olhos? ela consegue ver-te como eu conseguia? o teu coração bate ao vê-la como batia quando me vias? ela tira-te do sério como só eu conseguia? é igual? as conversas, os olhares, as mãos, os beijos, as discussões? ela beija-te como eu te beijava?
e ele pôde ver os seus olhos a ficarem ainda mais brilhantes, mas desta vez cheios de lágrimas e num segundo viu-as descer pela sua cara. ficaram assim um momento. ele hesitou. e sem conseguir olhar-lhe nos olhos disse:
- não, não é. é mais, é mais com ela. desculpa.
- então o que estás aqui a fazer comigo? é com ela que deves estar. volta para ela.
- desculpa, ele disse.
- não peças desculpa. vai.
- mas...mas tu...
- eu ouvi o que precisava ouvir.
- mas...
- vou eu, então.
aproximou-se dele, beijou-o na face e ao seu ouvido sussurrou:
- amei-te.
aquele tinha sido o adeus. ela sentia-o no seu coração e ele sabia-o.

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