segunda-feira, 29 de agosto de 2011

tanto de ti













"A noite não tem braços que te impeçam de partir,
Nas sombras do meu quarto há mil sonhos por cumprir.
Quando a espera não tem fim, há distâncias sem perdão.
Não sei quanto tempo fomos, nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã, nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu, deixas em mim tanto de ti."
pedro abrunhosa


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

de quando em vez...

e de vez em quando apareces e pareces querer-me dar a volta à cabeça. mas depois deste tempo todo já te conheço. já começo a conhecer cada palavra tua, cada acção tua, cada passo teu. e apesar de não te perceber, conheço-te. apesar de te ouvir, não te acredito. não espero nada de ti. não espero por ti.
carolina

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

um dia, fizeste-me bem

sempre pensei que me fazias bem. mesmo nos momentos menos bons sempre achei que eras tu e mais ninguém que me fazia bem. hoje já não sei o que a tua presença me faz, apenas sei que já não me fazes bem. por isso, sopro para longe cada bocadinho teu em mim.
carolina

pois podias

podias ter tornado as coisas mais fáceis para mim? podias? pois podias, mas não o fizeste. há quem diga que gostas de ter um plano b, outros que não sabes quem és, o que queres, para onde vais. já pensei e acreditei nisso tudo. hoje o que penso apenas é que podias ter tornado as coisas mais fáceis para mim, podias ter olhado por mim, pensado em mim. podias e devias. por tudo o que fui ou sou para ti, por tudo o que fomos e não fomos. e por isso hoje, depois de tanto tempo, conseguiste mais uma vez magoar-me sem nada fazeres. porque foi isso mesmo que fizeste: nada! hoje estou aqui, só eu e tudo o que me lembro. lembraste de alguma coisa? eu acredito que não. caso contrário tinhas feito o que devia ter sido feito. as palavras que disse um dia já não posso dizer mais. fechei-te...
podias ter feito alguma coisa e por uma vez que fosse ter pensado em mim? podias. mas não o fizeste.
carolina

terça-feira, 16 de agosto de 2011

apenas tempo

deste-me tempo. dás-me tempo. não sabes o que posso fazer com o tempo. é como se o coração tirasse férias e entrasse a razão. penso e repenso. leio nas entrelinhas que às vezes não existem.
deste-me tempo sem saber o que posso fazer com esse tempo. 
tu deste-me tempo.
carolina

sábado, 13 de agosto de 2011

o tempo passou

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

                                                                    miguel torga

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

nobody can



"- I need to know that you're not gonna wake up in the morning and feel differently.
And I can't give you that. Nobody can."

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

as voltas que demos

já tentei encontrar-te no meio da noite mas não estavas em lado nenhum. 
já desisti de te encontrar e tu apareceste todas as noites. 
já te fechei lá fora. já te deixei entrar. 
já fiquei à tua porta e já entrei e sentei-me para ficar. 
já pensei ter-te perdido. já te tive mais uma vez. 
já viste as voltas que demos? 
carolina

recordações

"as recordações são coisas absurdas. algumas são vagas, outras cristalinas, outras ainda demasiado dolorosas para as lembrarmos e outras, então, deixaram-nos tanta dor que não conseguimos esquecê-las. recordamos os tempos felizes com carinho e risos, lembramo-nos deles como de anedotas contadas no pub, exageradas, ditas para toda a gente. as recordações realmente boas fazem-nos companhia numa tarde solitária. as recordações mais nítidas são as das ocasiões em que vivemos grandes altos ou baixos. é da emoção que a situação inspira de que nos lembramos. é aquele sentimento de enorme exaltação ou de terrível desepero que faz com que o nosso cérebro repare nos pormenores que normalmente nos passariam despercebidos, como a cor da t-shirt de alguém, um gesto de uma mão ou de como fazia calor ou frio nessa altura. conseguimos recuperar na memória as rugazinhas causadas por um sorriso nos lábios de alguém amado ou a maneira como as lágrimas caíram dos seus olhos."

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

meu segredo

é sentir-te e pensar-te.
estás em todo o lado,
e não estás em lado nenhum.
é sentir-te e pensar-te sem te poder tocar.
às vezes chega,
às vezes é não querer mais que isso, não querer sequer isso;
às vezes não chega;
às vezes é demais.
é sentir-te e pensar-te sem te poder ver.
é isso mesmo, apenas sentir-te e pensar-te sem ninguém o saber.
é o meu segredo, sentir-te e pensar-te.
o meu segredo és tu.
carolina
"Saudade é o ar que vou sugando e aceitando, como fruto de Verão, nos jardins do teu beijo..."

avesso

a vida dá voltas e voltas, toda a gente sabe e toda a gente o diz. o que nem sempre se sabe, se diz ou se espera é que a vida às vezes vire do avesso. num instante, num minuto, num momento a vida pode virar do avesso, quando menos esperas. a vida vira do avesso e tu tens de te virar do avesso porque agora este avesso é a tua vida. podes não aceitar, não querer acreditar, mas com o tempo habituas-te, vais conhecendo melhor este avesso e começas a aprender a viver nele, a fazer dele a tua vida porque é isso mesmo que é, o avesso passa a ser a tua vida. e com o tempo, tudo o que vais construindo é neste avesso. e com sorte e também mérito teu vês este avesso como a tua vida e sentes-te bem com isso. é verdade, de vez em quando ainda vais lá ao passado procurar, lembrar-te do 'antes' do avesso e ficas lá um bocadinho, às vezes a imaginar como seria se o avesso não tivesse acontecido. mas voltas, porque tens de voltar e porque queres, porque agora o que tens, o que te é importante está neste avesso, este avesso que agora é a tua vida.
carolina

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"As lágrimas que me fizeram verter, eu perdoo. As dores e as decepções, eu perdoo. As traições e mentiras, eu perdoo. As calúnias e as intrigas, eu perdoo. O ódio e a perseguição, eu perdoo. Os golpes que me feriram, eu perdoo. Os sonhos destruídos, eu perdoo. As esperanças mortas, eu perdoo. O desamor e o ciúme, eu perdoo. A indiferença e a má vontade, eu perdoo. A injustiça em nome da justiça, eu perdoo. A negligência e o esquecimento, eu perdoo. O mundo, com todo o seu mal, eu perdoo.
eu perdoo também a mim mesma. que os infortúnios do passado não sejam mais um peso em meu coração. 
no lugar da mágoa e do ressentimento, coloco a compreensão e o entendimento. no lugar da revolta, coloco a música que sai do meu violino. no lugar da dor, coloco o esquecimento. 
serei naturalmente capaz de amar acima de todo o desamor, de doar mesmo que despossuída de tudo, de secar lágrimas ainda que aos prantos, de acreditar mesmo que desacreditada."


tears

"Words are tears that have been written down. Tears are words that need to be shed. Without them, joy loses all its brilliance and sadness has no end. Thank you, then, for your tears."